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IPv6

O Serpro está atento ao esgotamento da capacidade do IPv4 e consequente advento do IPv6 desde o fim de 2009, quando iniciaram as discussões entre as equipes técnicas. Saiba como está o trabalho da empresa para implantar o novo protocolo em sites do governo
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O protocolo IPv6 já é empregado em portais de clientes do Serpro

Aldo Maranhão

O Internet Protocol version 6, ou IPv6, é o mais recente padrão de comunicação da rede mundial de computadores, fornecendo identificação e localização dos computadores que a ela estão conectados. Surgiu para garantir que, a cada dia, novos dispositivos possam estar conectados à internet, atendendo ao crescimento de conectividade da sociedade atual, necessidade já esgotada com o IPv4. A implementação dessa nova versão já é realidade nas redes das prestadoras de telecomunicações, provedores de conteúdos, de serviços e de aplicações, como servidores de hospedagem, portais de conteúdo, websites, provedores de e-mail, comércio eletrônico, serviços bancários e de governo.

O Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), principal empresa pública de tecnologia do Brasil, iniciou seu caminho rumo ao IPv6 firmando, em 2010, uma parceria com o NIC.br, entidade que administra e operacionaliza o domínio “.br”. A partir daí, foram realizados diversos treinamentos para a capacitação de especialistas que atuam nessa área. “No ano seguinte, foi efetivada a alocação do bloco de endereçamento IPv6 do Serpro (2804:0150::/30) e houve o primeiro piloto na empresa, com a publicação, em caráter temporário, do Portal Brasil na internet IPv6, para participação do World IPv6 Day”, explica o analista Regison Martins, que atua na Gestão Técnica de Serviços do Serpro, na Regional São Paulo.

Regison Martins frisa que o Serpro oferta endereçamento IPv6 em circuitos internet dos três sites-tronco (DF, SP e RJ): “Também já iniciamos a configuração dos ambientes de publicação, incluindo ativos de internet e de segurança”Modernização da infraestrutura

A partir de 2012, o Serpro realizou levantamento de necessidades de modernização da infraestrutura para compatibilização com o novo protocolo, dando início aos primeiros projetos de aquisição e contratação de ativos de rede e segurança e de renovação dos circuitos internet. “Em 2013 o IPv6 foi ativado, ainda em caráter experimental, no site-tronco e na Infovia de Brasília, através de conexão provisória com o Ponto de Troca de Tráfego de São Paulo”, relata Regison (foto).

O ano de 2014 foi marcado pela definição do Plano de Endereçamento IPv6 do Serpro, e já foram realizadas as primeiras configurações dos site-tronco de Brasília e São Paulo. “Também nesse ano foi solicitado às operadoras fornecedoras dos circuitos internet do Serpro a regularização com o novo protocolo, para que pudéssemos publicar serviços de produção na internet IPv6”, elucida.

Uma quantidade ilimitada

O bloco adquirido pelo Serpro permite a criação de 17.179.869.184 redes (com máscara/64), totalizando 18.446.744.073.709.551.616 endereços, uma quantidade que se pode considerar praticamente ilimitada

Um plano de endereçamento de IPv6 mostra como será realizada a distribuição de endereços em sua rede. Assim, toda instituição que possui um bloco de endereço IP deve elaborar seu plano de endereçamento como forma eficaz de organização da sua própria rede, observando espaços de endereçamento, distribuição hierárquica, topologia e infraestrutura da rede, entre outros fatores.

 O bloco adquirido pelo Serpro permite a criação de 17.179.869.184 redes (com máscara/64), com um total de 18.446.744.073.709.551.616 endereços, uma quantidade que praticamente se pode considerar ilimitada.

Atualmente o Serpro disponibiliza endereçamento IPv6 em circuitos internet dos três sites-tronco: Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. “Também já iniciamos a configuração dos ambientes de publicação, incluindo ativos de internet – roteadores de borda –, e de segurança – IPSs e firewalls –, permitindo as primeiras publicações”, complementa Regison.

OS PILOTOS
O Serpro já utiliza endereçamento IPv6 para os seguintes portais:

Em Brasília:
Portal do Software Livre (
softwarelivre.gov.br/)
Secretaria de Gestão Pública (
gespublica.gov.br/)

No Rio de Janeiro:

Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (
dnit.gov.br)
Secretaria de Assuntos Internacionais (
sain.fazenda.gov.br/)

Em São Paulo:
Sistema de Parcelamento da Procuradoria da Fazenda Nacional (
sisparnet.pgfn.fazenda.gov.br)
E-defesa da Fazenda Nacional (
requerimentos.receita.fazenda.gov.br)


ENTENDA: IPv6 x IPv4
IPv6 IPv4

A versão mais atual do protocolo internet é o IPv6, criado para substituir o IPv4. Seu desenvolvimento iniciou-se em 1992, motivado pelo rápido esgotamento dos endereços IPv4 livres. Para isso, foi criado o grupo IPng (Intenet Protocol New Generation) no IETF (Internet Engineering Task Force), que concluiu em 1998 o projeto e o padronizou na RFC 2460, um conjunto de documentos de referência que descrevem, especificam, ajudam a aplicação, estandardizam e debatem a maioria das normas e padrões de tecnologias e protocolos ligados à internet e às redes em geral. Desde então, vem sendo implantado gradativamente na internet.

O IPv4 usa endereços 32 bits, o que limita o número de endereços únicos disponíveis para 4.294.967.296. Além disso, alguns destes endereços são reservados apenas para redes privadas. Já o IPv6 usa endereços 128 bits, o que possibilita a disponibilidade de um número muito maior (aproximadamente 3,4 x 10^38) de endereços únicos.


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