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Milhões de registros para milhares de usuários
Novo Infoseg
Regina Faria
Informação é uma arma essencial para a segurança pública. O Serpro oferece suporte a essa área desenvolvendo uma ferramenta que funciona como uma verdadeira rede de informações, encomendado pelo Ministério da Justiça e Cidadania (MJC). O sistema Infoseg reúne dados sobre armas, veículos e pessoas em escala nacional. É uma base composta por cerca de dez milhões de registros criminais, que suporta mais de 60 mil buscas por dia.
Contar com essas informações é fundamental tanto para atividades operacionais, como uma blitz, quanto para a realização de investigações mais aprofundadas, relacionadas a atividades de inteligência. É o que explica João Paulo Souza (de roxo, com a equipe de Brasília, na foto abaixo,), responsável por coordenar projetos envolvendo solução de inteligência para a Segurança Pública no Serpro.
“Digamos que haja uma blitz. É preciso que o profissional que a realiza saiba quem é a pessoa parada ou possa investigar se o seu veículo tem registro de furto, se consta outra restrição, se o CPF apresentado é válido ou pertence a ela mesmo”, exemplifica João Paulo. “Já uma investigação mais profunda pode requerer informações sobre porte de arma, passagem pela polícia, sociedade em empresas, capital vinculado e muitos outros dados, de maneira a montar uma espécie de dossiê da pessoa e identificar vínculos com organizações ou atividades ilícitas”, relata o profissional do Serpro.
Teste nas Olimpíadas
O sistema Infoseg tem características que tornam seu desenvolvimento bastante complexo, como a grandiosidade do sistema, integração com várias bases de governo, capilaridade em nível nacional e diversos tipos de público.
Encomendado pelo Ministério da Justiça e Cidadania em 2015, o Novo Infoseg foi colocado no ar durante os Jogos Olímpicos realizados no Rio de Janeiro, quando cerca de 50 usuários puderam testar suas funcionalidades. “O que tivemos de retorno foram manifestações bem positivas. Os usuários se mostraram empolgados com a utilização das inovações implementadas e aproveitamos para amadurecer alguns detalhes a partir dessa experiência de uso”, conta João Paulo.
A ferramenta atenderá mais de 100 mil profissionais da área de segurança a partir de sua implantação efetiva, prevista para outubro deste ano.
"A ferramenta atenderá a cerca de 100 mil profissionais da área de segurança logo mais, em outubro de 2016"
João Paulo Souza
Busca inteligente
Um grande desafio do desenvolvimento do Sinesp Infoseg foi agilizar ao máximo a forma de realizar buscas, para quem o utilize não precise fazer várias entradas diferentes para consultar os vários bancos de dados integrados. Por exemplo, se um agente digita um número de CPF, ele retorna com dados da Receita Federal, condutores de veículos, e posse de veículos; um nome ocasionará o retorno de alguns desses dados e mais, por exemplo, os resultados da base de mandados de prisão.
Na versão anterior, desenvolvida fora do Serpro, para cada informação que se desejasse era necessário realizar uma busca diferente. Agora, o motor de busca associa todas as bases de dados disponíveis de acordo com o perfil do usuário. Os dados são informados em um campo único de pesquisa, de modo semelhante ao que ocorre quando fazemos uma busca na internet.
Se, por um lado, essa modernização garante agilidade aos profissionais, por outro exige várias formas de validação de acesso, de maneira a combater acessos não legítimos ou tentativas de fraudes, coibindo o uso ilegal da rede de informações. “O sistema é todo auditado e auditável em vários níveis”, salienta João Paulo.
Outro requisito indispensável a soluções desse porte é a infraestrutura robusta. Uma das primeiras demandas do MJC foi em relação à sua estabilidade. Com o atendimento do Serpro, a proposta é ter um serviço mais estável e escalável para suportar um crescente volume de usuários e transações.
Próximos passos
O Infoseg prosseguirá sendo trabalhado pelo Serpro. Alguns dos próximos passos serão o lançamento da versão móvel da solução e a integração de novos bancos de dados ainda dependentes de convênios entre o MJC e outros órgãos. Existe possibilidade de convênio inclusive com órgãos externos ao Brasil, que possibilitem a integração com informações criminais de países do Mercosul.
O processo de trabalho foi realizado por uma equipe multidisciplinar, com especialistas em negócio, infraestrutura e desenvolvimento, distribuída em Porto Alegre (ao lado) e Brasília. Baseou-se em metodologia ágil, usando um modelo orientado a serviços. O projeto utilizou o framework Demoiselle, Java e HTML5, com serviços da plataforma Rest e banco de dados da Oracle. Foi produzido no Data Center do Serpro de Brasília.