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Destaques para 2015 e um balanço de 2014

Entrevista

Robinson Margato, diretor de Relacionamento com Clientes do Serpro
Robinson Margato Barbosa, Diretor de Relacionamento com Clientes

Robinson Margato Barbosa, Diretor de Relacionamento com Clientes

Empregado do Serpro desde 1987, o Diretor de Relacionamento com Clientes Robinson Margato Barbosa começou na empresa como analista de desenvolvimento de sistemas. Coordenou projetos de destaque com temas voltados ao atendimento à Secretaria da Receita Federal do Brasil e atuando ainda em diversos cargos gerenciais. Nesta entrevista, o diretor apresenta os principais serviços realizados pelo Serpro. Destacou como grandes feitos de 2014 o Sinesp, o Sigepe, o Pcasp, o Siscoserv e o Portolog. 

Além deles, elencou também a facilidade Rascunho para o Imposto de Renda. Para 2015, Robinson aponta como importantes desafios a amplificação do eSocial e o Infoseg, um portal de segurança pública com informações agregadas sobre o cidadão. Falou também sobre a suíte de comunicação Expresso e sobre a adoção da metodologia ágil na empresa.

Tema - Quais foram os grandes desafios e principais entregas de serviços do ano de 2014?

Robinson - Se fosse enumerar todas as nossas entregas, não caberiam nessa entrevista (risos). Dentre muitas, destaco três soluções que são de vital importância para nós: o Sinesp (Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública), o Sigepe (Sistema Integrado de Gestão Pública), e o Pcasp (Plano de Contas Aplicado ao Setor Público). O Pcasp foi desenvolvido com a Secretaria do Tesouro Nacional e é uma revolução no trato no quesito de finanças e controle orçamentário. A gente passa a adotar a contabilidade patrimonial: é uma revolução para a gestão. Pelo sistema desenvolvido pelo Serpro, o Brasil passa a integrar um seleto grupo de países que adotam as melhores práticas em sua contabilidade.

Já o Sigepe traz uma nova perspectiva para o controle de pessoal e traz uma série de funcionalidades e ganhos na administração da folha. Além disso traz melhoria na gestão das pessoas, dos empregados que trabalham no governo. O Sinesp, por sua vez, também é um marco para nós. Ingressamos em uma área em que não tínhamos muita experiência e conhecimento: a segurança. Foi gratificante entregar essas soluções ao Ministério da Justiça, pois elas vêm justamente ao encontro do anseio da população, que é a de melhorar a segurança do cidadão.

Que melhorias as soluções do Serpro trouxeram para o governo e cidadãos brasileiros?

São várias, mas vou citar uma sem querer ser injusto com as demais. Foi desenvolvida uma solução para a Receita Federal que chamamos de “Rascunho para o Imposto de Renda”. Hoje o cidadão, quando vai declarar seu IR, faz o download do programa na Internet, junta todos os seus dados: recibos médicos, contracheques, enfim, ele recolhe todas as informações necessárias para fazer a sua declaração. Com o Rascunho, poderâo ser lançadas, ao longo do ano, despesas com médicos, por exemplo. Ele vai criando esses registros e depois traz esses dados para o seu novo documento. O benefício é evitar o esquecimento no preenchimento e dar agilidade ao processo.

Se pudéssemos eleger outras inovações recentes realizadas pelo Serpro, quais poderíamos destacar?

Posso citar duas soluções que desenvolvemos: o Siscoserv (Sistema Integrado do Comércio Exterior de Serviços) e o Portolog. O Siscoserv é baseado em serviços e veio para complementar o Siscomex, que é baseado em bens. Hoje o Brasil tanto importa quanto exporta serviços e não havia gestão disso. Isso é inovador no mundo. São raros os países que têm esse tipo de controle focado em serviços, e o Siscoserv veio para preencher essa lacuna. Outra novidade foi a complementação do Porto sem Papel: o Portolog. Você já deve ter ouvido falar no custo Brasil, que é uma despesa que o país tem em qualquer transação de importação e exportação, como o custo portuário, o custo de transporte de mercadorias. Toda essa cadeia logística de importação e exportação é muito cara.

Depois do Porto sem Papel, que é a automação de todos os portos brasileiros, veio o Portolog, que é a sua complementação, onde você controla a logística de carga e descarga dos portos. Para tanto, é colocado um dispositivo de transmissão no caminhão que é rastreado e vai programar a carga e descarga, a chegada e saída do porto. Com isso, evitaremos filas, horas, dias com caminhões parados. E isso vai gerar a redução do custo Brasil.

E para 2015, há perspectivas de serviços relevantes a serem entregues aos clientes e aos cidadãos brasileiros?

O nosso escopo de serviços para 2015 é muito grande. Uma solução muito importante é a amplificação do eSocial, que vem tratar de forma efetiva todas as questões das relações trabalhistas das empresas com seus empregados. As empresas passam a informar online todas as suas relações trabalhistas e o governo passa a ter uma gestão efetiva desse meio empresarial, dessa relação empregado-empresa. Tem também o Infoseg, que é um portal de segurança pública, onde você tem diversas informações agregadas sobre o cidadão. É um sistema que ajuda a autoridade policial a rastrear qualquer tipo de ocorrência, a ter informações sobre as pessoas. Outro serviço é o eProcesso, solução desenvolvida para a Receita Federal que é o coração das rotinas do dia a dia de trabalho da Receita, que estamos modernizando.

Especificamente sobre a suíte de comunicação Expresso, qual sua avaliação quanto à a contribuição da solução para garantir a segurança da informação no governo federal?

O Expresso veio para agregar segurança nas comunicações de governo. O Decreto 8.135 de 2013, que foi promulgado pela presidenta da República, estabeleceu um marco na segurança de comunicação no país. Todo órgão público deve tratar os trâmites da informação de forma segura e sigilosa e o Expresso é a grande ferramenta disponibilizada pelo Serpro para atender a esse decreto. O Expresso vem sendo implantado em diversos ministérios com êxito, pois é uma ferramenta de fácil implantação e de uso muito intuitivo, sem grandes dificuldades no aprendizado de sua utilização.

A metodologia ágil está em plena implantação no Serpro. Como será a participação dos nossos clientes a partir desse formato?

É uma proposta de mudança na forma de trabalho muito importante e aceita pelos empregados e clientes do Serpro. Os clientes têm sentido empolgação nesse processo porque eles ficavam distantes, mais especificamente do desenvolvimento de software. Participavam no início, especificando para os nossos analistas o que desejavam. Daí nós vínhamos para o Serpro trabalhar e, depois, apresentávamos o resultado para o cliente. Isso, em alguns casos, fazia com que o demandante não recebesse de fato o que queria, o que ele pensou. Na verdade, ele se expressou de uma forma, o analista entendeu de outra, e foi feita a solução de acordo com o entendimento daquele momento.

Nessa nova forma de trabalho, o cliente participa o tempo inteiro, com reuniões quinzenais, com o grupo responsável por aquele trabalho. Ele está vendo o que está acontecendo, o desenrolar das ações em tempo real e pode corrigir o rumo do projeto a qualquer momento. Isso dá a certeza de receber o que realmente queria. O trabalho funciona como um time, com entrosamento, de uma forma ordenada e colaborativa. É um time que se junta para construir um bem comum, buscar um objetivo comum. Além disso, o objetivo não é só buscar o aumento de produtividade, mas tornar as pessoas mais felizes no trabalho.