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Governança Corporativa: integração de dados e processos
Opinião
Compelido a refletir sobre fatores importantes para uma boa governança - seja pública, corporativa, de TI, ou qualquer outra - me veio imediatamente à mente: a integração de dados e processos. A integração tem avançado de forma significativa nas organizações onde os sistemas antigos tendem a ser substituídos por soluções focadas em macroprocessos. Com o avanço da tecnologia, as novas soluções podem nascer interoperáveis e, aliadas à importância que os órgãos e gestores têm dado ao tema, refletem em melhorias significativas para a sociedade.
É fato que a modelagem, o retrabalho e o redesenho dos processos crescem e, por vezes, os resultados são sequer implementados, mas não podemos esquecer que o desenvolvimento de um sistema pode ocorrer de forma bem mais rápida do que um trabalho desse porte. O desafio então é dar velocidade ao mapeamento, em nível menos granular e já considerando suas entradas e saídas em forma de dados.
Assim foi minha experiência com o Modelo Global de Dados (MGD), padrão que permite identificar os dados e processos passíveis de integração, no nível de detalhamento necessário para o gestor identificar ações de melhoria de processos e de desenvolvimento de soluções. O MGD permite ainda agilidade nos requisitos, estabelece as prioridades e dependências e, principalmente, evita o retrabalho. Aliado ao desenvolvimento ágil, é uma arquitetura perfeita para o redesenvolvimento ou desenvolvimento de grandes sistemas. Padrão e métodos, quando associados, não só evitam o retrabalho, mas reduzem o risco de redundar informação e propiciam a identificação de integrações.
"Economizando, produzindo sistemas de melhor qualidade e entregando à sociedade o que ela de fato demanda, o governo pode contar com soluções mais estáveis"
Considero que soluções desenvolvidas para atender uma eficiente gestão por processos, com módulos distintos e interoperáveis entre si, com facilidade para o escalonamento, reúso e fácil manutenção serão um grande facilitador para que o Brasil supere a crise atual. O governo precisa rever seus processos, evitando sistemas onde não foram aplicadas melhores práticas, complexos e com alto custo para realização de manutenções evolutivas.
Trazendo para um exemplo prático, do cotidiano do Detran/DF ou, como diria, "meu mundo real", hoje o Denatran - orgão central e responsável pelo Macroprocesso Trânsito - estabelece mudanças que são adiadas constantemente, pois os estados não conseguem acompanhar essas novas determinações. Se fosse possível contar com uma arquitetura comum, baseada no macroprocesso, não seria mais eficiente e econômico para todos os envolvidos?
Economizando, produzindo sistemas de melhor qualidade e entregando à sociedade o que ela de fato demanda, o governo pode contar com soluções mais estáveis, rastreabilidade e integridade nos dados necessários à sua própria tomada de decisão, um dos principais requisitos da governança.