As pesquisas acadêmicas e seus resultados têm contribuído para o aumento da capacidade da empresa no atendimento às demandas dos clientes, isto é, como forma de ampliar o potencial de inovação do Serpro. A elaboração de pesquisa para conclusão de curso (trabalho de conclusão de curso, monografia, dissertação e tese), nos quais o Serpro é campo de pesquisa, é uma forma de criar conhecimento para apoio à tomada de decisão. Especialistas e gerentes podem utilizar conhecimentos científicos como subsídios adicionais para, dentre outros, a definição de processos de trabalho, elaboração de projetos e melhorias de produtos e serviços oferecidos pelo Serpro ao cidadão brasileiro.

A criação de conhecimento ocorre, principalmente, quando empregados adquirem experiências ao desenvolverem entendimentos, interações, ou combinam conhecimentos anteriores. O conhecimento criado alavanca a inovação na medida em que influencia a adoção de novas técnicas de gestão e desenvolvimento tecnológico.

A Universidade Corporativa do Serpro, em 2008, implantou o modelo conceitual da Sistemática de Pesquisa Acadêmica visando atender às necessidades de conhecimento da empresa, conforme a Figura 1. Esse modelo está em constante revisão visando incluir elementos que surgem no contexto.

 Essa sistemática abrange os processos de criação, compartilhamento e aplicação de conhecimento no Serpro. O processo de criação de conhecimento se inicia na realização da pesquisa acadêmica. Para a aprovação da pesquisa são consideradas as estratégias emanadas do Plano Estratégico do Serpro e os assuntos da Árvore Serpro de Conhecimento, de modo a tornar aplicável na empresa o conhecimento produzido por intermédio dessas pesquisas.

Após a aplicação da pesquisa, ocorre o processo de compartilhamento de conhecimento promovido por meio da incorporação da pesquisa no acervo da empresa e a divulgação no evento Espaço Saber Serpro. Por sua vez, o processo de aplicação de conhecimento acontece com a inclusão de ações nos planos setoriais das unidades organizacionais e em projetos. Tais inclusões decorrem das recomendações da pesquisa e visam gerar inovação nos produtos e serviços. A sistemática está disponível na intranet para acesso dos empregados que desejam fazer do Serpro o seu campo de estudo nos cursos de graduação, especialização, mestrado e doutorado.

No período de 2008 a 2012 foram realizadas pesquisas sobre diversos assuntos, que incluem Avaliação Educacional em EAD, Conflito de Gerações, Desenvolvimento de Software, Desenvolvimento e Produção de Soluções de TI, Gestão da Informação, Gestão de Clima Organizacional, Gestão do Conhecimento, Governança em TI, Manutenção de Software, Normas Organizacionais, Gestão de Pessoas e Teletrabalho. Esses assuntos constam da Árvore Serpro de Conhecimento, que dá apoio ao Sistema de Gestão Acadêmica (Sisgad). As pesquisas realizadas estão disponíveis na intranet da empresa para acesso dos empregados. O Gráfico abaixo apresenta a evolução do quantitativo de pesquisas acadêmicas apoiadas pela sistemática.

A partir da realização de cursos específicos concluídos em 2012 e 2013 – Engenharia de Software e Engenharia de Requisitos – surgiu a necessidade de ampliar esclarecimentos aos alunos. Para tanto, foi acrescido à sistemática o documento “Orientações para elaboração de TCC, dissertação, tese e artigos”, com ênfase à norma de segurança da informação e à política de propriedade intelectual.

Embora não tenha sido obrigatória a adoção da sistemática durante a realização de pesquisa para conclusão dos cursos oferecidos pelo Serpro, em 2014 houve aumento significativo de demanda para apoio às pesquisas acadêmicas. O fato se justificou pela necessidade de adequação do método de pesquisa ao contexto empresarial, incluindo ajustes em instrumentos para coleta de dados (questionário, entrevista, grupo focal, dentre outros), identificação de respondentes, parecer de especialista do assunto em estudo, para então, realizar a aplicação da pesquisa.

Os cursos de Gestão Pública (foco em Estratégia, em Gestão e em Negócios) destinados aos empregados e Gestão Pública para gerentes (em EAD) requereram mais atenção. Isso implicou a instituição da Rede Acadêmica do Serpro (RAS) durante o segundo semestre de 2014, pois cada turma continha até 35 alunos, demandantes de pesquisas. Ainda em versão piloto, a RAS é composta por mestres e doutores empregados do Serpro, cuja atribuição é atuar como coorientadores para apoio aos colegas na aplicação de pesquisa na empresa, de modo a atender aos critérios de qualidade em pesquisa científica. A RAS também traz em seu núcleo o compartilhamento de conhecimento entre empregados e, ainda, um modo de valorização do conhecimento científico dos mestres e doutores do Serpro.

No sentido de consolidar as práticas inovadoras da empresa, a Rede Acadêmica está desenvolvendo ações em parceria com a Agência de Inovação do Serpro, recentemente implantada na empresa. A Agência está alinhada às diretrizes, às políticas públicas de Ciência, Tecnologia e Inovação e às melhores práticas de gestão pública. Tem por objetivo “fomentar a geração, a execução e a aceleração de inovações no ambiente do Serpro, de forma a apoiar o desenvolvimento de ideias e oportunidades que tenham possibilidade de gerar inovações para a organização, clientes ou sociedade, por meio da aplicação de um conjunto organizado de ações, instrumentos e práticas, além de manter tais inovações vinculadas ao direcionamento estratégico da empresa”.

Nesse contexto, em função dos resultados alcançados, a RAS deverá ser ampliada em 2015. Os empregados e empregadas com titulação de mestre e doutor (a) serão convidados a integrar a RAS. Dentre as atribuições, constará o alinhamento da pesquisa solicitada às linhas de pesquisa relacionadas aos grupos de pesquisa do Serpro. Também está prevista a elaboração de propostas para aperfeiçoamento do tratamento do conhecimento criado para que sejam incorporadas melhorias nos produtos e serviços a serem entregues aos clientes e à sociedade. Desse modo, o Serpro tem fomentado a pesquisa acadêmica para a criação de conhecimento direcionada à inovação da gestão pública.