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Benefícios do teletrabalho para o aprimoramento dos processos das áreas

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Luiz Felipe é analista do Serviço Federal de Processamento de Dados
Luiz Felipe é analista do Serpro

Luiz Felipe é analista do Serpro

Em 1857, nos Estados Unidos, no estado da Pensilvânia, surge o trabalho remoto. Através da atividade de telegrafia, o senhor J. Edgar Thompson, proprietário de uma linha de ferro, controlava suas unidades remotamente através do telégrafo, exercendo a gestão e o controle de recursos e mão de obra remotamente. O termo teletrabalho surgiu com mais força na década de 70 quando o mundo passava por uma crise no petróleo e cresceu a preocupação com os gastos em deslocamentos para o trabalho, e determinadas funções passaram a ser exercidas em domicílio.

Os benefícios do teletrabalho são inúmeros, seja para a sociedade, empresa ou para o trabalhador. Entre esses benefícios, podemos destacar: melhoria da mobilidade urbana, redução da emissão de gases poluentes, redução de custos em empresas, aumento da retenção de funcionários, aumento da produtividade e melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores. Um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontou que as melhorias de produtividade foram de cerca de 11% entre os teletrabalhadores. De acordo com o Instituto C. Grantham para o Estudo da Distribuição do Trabalho, pode-se obter US$ 2 de aumento da produtividade para cada US$ 1 gasto em equipamentos.

Apesar da ampla gama de benefícios que podem ser explorados ao abordar o tema teletrabalho, nesse texto daremos um enfoque mais específico à melhoria de processos em áreas do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), que contam com a atuação de teletrabalhadores. A presença de, pelo menos, um teletrabalhador dentro de uma equipe, pode auxiliar no aprimoramento de processos da área em questão, bem como na melhoria do desempenho de atividades que envolvam outras áreas.

Quando um trabalhador migra do regime de trabalho convencional para o regime de teletrabalho, ele passa a ter um escritório exclusivo, em sua residência, sem a presença física de outras pessoas nesse ambiente. Esse pseudoisolamento, faz com que o trabalhador crie mecanismos que fortaleçam sua autonomia e de todos os outros integrantes da equipe. Nesse processo de adaptação, os integrantes da equipe observam que todos precisam ter visibilidade dos processos, tarefas, e informações relevantes para a execução das mesmas. Dessa forma, ferramentas já disponibilizadas pela empresa, passam a ser utilizadas com maior frequência, como wikis, kanban, gerenciadores de demandas, entre outras. O fortalecimento dessas práticas faz com que se tenha maior documentação e controle dos processos.

O aprimoramento das bases de controle e documentação, fomentado pela necessidade de se integrar com o teletrabalhador, cria um fluxo mais eficiente de comunicação, propiciando que projetos sejam executados de forma eficiente por meio de do trabalho em rede. Uma vez que essa barreira é rompida, os trabalhadores se tornam aptos para interagirem com total destreza com outros colaboradores, internos ou externos, que estejam em qualquer parte do globo terrestre, estejam estes nas estruturas físicas das empresas ou não.

O teletrabalhador acaba atuando como um irradiador de boas práticas de comunicação e documentação de atividades e processos, pois essa é uma disciplina que garante a plena participação do trabalhador a distância em quaisquer atividades da equipe. Dessa forma todos ganham, pois o conhecimento é difundido entre todos os membros da equipe, garantindo maior qualidade e menor tempo de resposta para as demandas atendidas por uma área.

O teletrabalho no Serpro é bastante sólido e inovador. O programa é amparado por um arcabouço normativo que garante que os funcionários que ingressem nessa modalidade de trabalho sejam tratados sem distinção frente aos demais. Para garantir o bom cumprimento das atividades laborais a distância, um criterioso processo de seleção é realizado, um edital é publicado e interessados fazem sua inscrição. O escritório montado pelo candidato em sua residência é vistoriado e diversos parâmetros de ergonomia, luminosidade e poluição sonora são verificados.

Para os candidatos aprovados e selecionados de acordo com o número de vagas, é feito um aditivo ao seu contrato de trabalho. Além disso, o normativo interno especifica mecanismos de controle para que a chefia acompanhe as atividades dos teletrabalhadores. O Serpro fornece um notebook, equipamentos de ergonomia, conectividade e um ramal para que o trabalhador tenha as mesmas condições de comunicação fornecidas a todos os outros funcionários da empresa.

O tempo que o teletrabalhador deixa de gastar com pesadas jornadas de deslocamento nas grandes metrópoles passa a ser investido em capacitação, exercícios físicos e reaproximação do núcleo familiar, auxiliando na melhoria da qualidade de vida e, por consequência, no aumento da produtividade do trabalhador.

Fontes: 

Teletrabalho como uma alternativa para a mobilidade urbana em São Paulo, Revista Infra, outubro de 2013 – p.88 https://pt.wikipedia.org/wiki/Teletrabalho

Luiz Felipe é analista do SerproLuiz Felipe
Possui graduação em Tecnologia de Sistemas de Computação. Tem mestrado em Computação pela Universidade Federal Fluminense. Atualmente cursa o doutorado em Engenharia de Sistemas e Computação na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Trabalha no Serpro desde 2010 e já atuou nas áreas de desenvolvimento, suporte tecnológico, relacionamento com clientes e atualmente integra o quadro da Coordenação Estratégica de Informação e Inteligência para Governo.