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Softwares livres: alternativos conquistam seu espaço
Você sabe o que significa software livre? Se a sua
resposta for sim, saiba que você está incluso em uma minoria. De acordo
com uma pesquisa realizada pelo Centro Federal de Educação Tecnológica
de Pernambuco (Cefet-PE), em parceria com o Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), 85% dos alunos de
instituições de ensino públicas e privadas não sabem o que é um
software livre. E, mesmo na parcela dos que conhecem o significado do
termo, ainda existem algumas dúvidas. De acordo com a definição criada
pela Free Software Foundation, software livre é qualquer programa de
computador que pode ser usado, copiado, estudado, modificado e
redistribuído sem nenhuma restrição. Este conceito se opõe ao do
software proprietário, onde os direitos de estudo, modificação e
redistribuição são unicamente da empresa que desenvolveu o programa.
Apesar disto, o software livre pode ser, sim, uma aplicação vendável,
um software comercial, mesmo que a maioria não pertença a esta
categoria.
Popularizar o software livre e fazer com que o usuário final possa
conhecê-lo e optar pela sua utilização é um dos grandes desafios da
comunidade de desenvolvedores e até mesmo do governo brasileiro.
Incentivos fiscais do programa “Computador para Todos” favoreceram às
empresas venderem máquinas com distribuições Linux e conjunto de
softwares de código aberto por preços mais acessíveis para a população.
Isto representou o primeiro contato com o software livre para grande
parte destes compradores.
Estendendo esse contato, o Governo também está levando este conceito às
escolas e centros técnicos de ensino. É o caso do Cefet-PE, que já
conta com vários projetos que têm como base as plataformas livres e
incentiva seus alunos a se aprofundarem no assunto. “Queremos mostrar
uma alternativa e formar profissionais aptos a trabalhar dentro desta
alternativa. O mercado para o software livre está crescendo e a
tendência é que se expanda cada vez mais”, comenta o professor de
Análise e Desenvolvimento de Sistemas do Cefet-PE, Katyusco de Farias
Santos.
O incentivo ao software livre na instituição é tanto que os próprios
alunos são estimulados a reciclar máquinas antigas do Cefet ou até
mesmo as trazidas de casa que ficaram ultrapassadas e não podem mais
rodar Windows, colocando em seu lugar uma distribuição Linux e outros
aplicativos de código aberto. Este projeto é chamado de Meta-Reciclagem
e também envolve a reutilização dos componentes em bom estado de
computadores que não funcionam mais e na customização e pintura das
novas máquinas prontas para o uso.
Ao mesmo tempo que recebem aulas das ferramentas que são o padrão do mercado e possuem seu código fechado, os alunos vêem e aprendem a utilizar as opções em código aberto, que realizam a mesma função. Isto vai desde o sistema operacional, linguagem de programação, aplicativos de escritório e gráficos até o banco de dados. -O contato com o software livre em sala de aula desperta tanto interesse nos alunos que eles mesmo se propõem a organizar encontros para discutir sobre o assunto, como é o caso do 2° Encontro de Software Livre do Cefet-PE, que acontecerá entre os dias 1º e 3 de julho. O tema desta edição será “O Usuário Final” e os interessados em participar devem realizar a inscrição através do site http://tsi.cefetpe.br/esol, onde também poderão conferir a programação do evento.
Folha de Pernambuco, Tárcio Fonseca, 18 de junho de 2008