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Pai é pai. E compartilha

Dia dos Pais

Veja colegas que ficaram 20 dias cuidando de suas crianças
Exibir carrossel de imagens Fred dá o primeiro banho em João Lucas

Fred dá o primeiro banho em João Lucas

Desde maio deste ano, empregados do Serpro que se tornam pais têm direito a 20 dias de licença-paternidade – em vez de cinco dias, como anteriormente previa o benefício. A medida foi garantida pela empresa via Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). É um incentivo ao que vem sendo chamado de “paternidade participativa”, situação na qual os homens realmente dividem as tarefas de criação com a mãe. 

Entrevistamos quatro pais empregados do Serpro, de regionais diferentes da empresa. Seus relatos apontam essa realidade em transformação. Todos citaram a dedicação aos cuidados com naturalidade. Em comum, também, os relatos de enternecimento, e dar banho nessas criaturinhas tão frágeis foi um momento citado como emocionante por todos eles. Confira os depoimentos.

“O reloginho da casa”

 Hoje, 12 de agosto, é a décima sexta noite em que Diego Davila vai deitar para dormir com a sensação de que não adormecerá por completo. Mesmo durante o sono, uma parte de sua atenção continuará “grudada” no carrinho ao lado da cama, no qual respira suavemente a recém-chegada Alice.

“Ela virou o reloginho da casa: a gente acorda, dorme e organiza toda nossa rotina de acordo com a dela”, conta o colega da Regional do Serpro em Porto Alegre.

A possibilidade de compartilhar todos os cuidados com a filha durante 20 dias representou diferença enorme para este pai de 34 anos, que faz parte do primeiro grupo a poder usufruir da licença-paternidade estendida na empresa.

“Cinco dias seriam pouco para aprender a cuidar dela. Trocar fralda, dar banho, ajudar a arrotar, colocar pra dormir, tudo se aprende melhor com repetição. Está sendo maravilhoso viver isso com a Aline, minha esposa. E o jeito de olhar da Alice... ah, é bem especial”, exclama.

Diego relata que ficou admirado com a sensação de conexão com a filha. E, se tem algo que gostaria de compartilhar com os colegas, é o que consegue exprimir dessa ligação: “Encorajo todo mundo que tenha medo de ter uma criança a confiar em si, porque quando você olha para o bebezinho já na primeira vez, ativa algo e você se sente pai, se faz pai, instantaneamente”, destaca.

“Quanto mais compartilha, mais aprofunda o laço”

 O colega João Frederico Viana, da Regional do Serpro em Fortaleza, parece comprovar a tese de Diego. Fred, como gosta de ser chamado, é tio de cinco sobrinhas, porém nunca havia pego as crianças no colo antes que tivessem dois meses, porque lhe pareciam muito frágeis. Mas esteve presente no parto e, assim que segurou o filho João Lucas, a emoção foi tanta que nem deu tempo de sentir medo.

Fred tem se esforçado para dividir todas as tarefas com a esposa, Ju Freitas. Já de volta ao Serpro, procura ficar com a criança de manhã e à noite. Durante a licença, como o recém-nascido precisava de complementação nutricional, a mãe dava de mamar e ele dava a mamadeira. “Foi bom ter 20 dias com ele. Não esperava. Agora, adiei minhas férias para setembro e poderei voltar a ficar só com a família quando João estiver fazendo dois meses’', festeja.

O maior desafio no cuidado com a criança, segundo Fred, é conseguir identificar a causa do choro. E o maior ganho vem mesmo do compartilhamento dos cuidados. “Quanto mais a gente participa, mais aprofunda o laço”, destaca.

“A mãe também pode curtir mais”

 Pai participativo de segunda viagem, Alexandre Paiva teve a experiência da licença-paternidade de cinco dias quando nasceu seu primeiro filho, Lucas. Isso foi há dois anos. Agora, Alexandre teve chance de ficar os 20 dias em casa com Marcelo, que nasceu em 18 de julho.

O colega da Regional do Serpro no Rio de Janeiro destaca que umas das coisas mais agradáveis com a extensão do benefício foi poder assumir as tarefas de modo que a esposa, Marcia Paiva, pudesse curtir mais tranquilamente a presença do bebê.

“Depois do parto, da outra vez, minha esposa teve de ficar dois dias no hospital. Tive só mais três dias em casa num momento de adaptação, no qual a criança às vezes troca o dia pela noite. Com vinte dias de licença, já é metade do período de resguardo da mãe e ela também pode aproveitar mais para curtir a criança. É um ganho”.

Alexandre também destaca que teve mais tempo para apreciar a convivência do filho mais velho com o irmão. “Quando o pequeno chora, o de dois anos já vai até a gente e agarra na perna pra avisar. Ou, se está bem perto, faz um carinho no nenê, com o cuidado que a gente ensinou ele a ter. Olha, é uma experiência maravilhosa. Recomendo”, entusiasma-se Alexandre.

Sorriso inesquecível

 O nascimento de Maria Luiza, em 9 de maio passado, foi superplanejado na vida de Luiz Dourado, da Regional do Serpro em Belém. Mas a licença-paternidade estendida foi uma surpresa das boas. Para ter ideia de quanto o pai recente apreciou a notícia, ele cita que havia “estendido” a licença por conta própria, emendando dez dias de férias aos cinco dias que antigamente eram oferecidos como benefício. Com a extensão da licença, acabou curtindo 30 dias em casa.

Luiz destaca que a convivência tem um valor inestimável. “Algo marcante foi a primeira vez que ela olhou pra nós dois e sorriu. Um momento que vou lembrar pra sempre. É muito importante estar presente ali no dia a dia, tanto por alegrias como essa quanto para poder dividir as tarefas”, diz.

“Mesmo agora, que voltei ao Serpro, dedico todo o tempo possível para cuidar de Maria Luiza. No almoço, corro pra casa, assim minha esposa pode fazer a refeição um pouquinho mais tranquila. Quando chego à noite, dou o banho, troco fraldas, revezo pra buscar a nenê quando ela pede pra mamar. Procuro participar ao máximo, desde o tempo do pré-natal”.

O colega relata que por mais que se imagine, a prática se revela bem mais complexa. Ele exemplifica que cada saída de casa agora requer uma verdadeira operação logística. “Tem de dar de mamar com duas horas de antecedência, preparar a mala com as fraldas, a roupa sobressalente, os lenços de limpeza. É muito detalhe”, comenta, rindo-se. “Mas ver aquele ser que vai se desenvolvendo, ter a oportunidade de participar dessa vida em crescimento, é uma missão que vale a pena”, ressalta Luiz. “É uma emoção ainda mais forte do que eu imaginava”.

Apoio aos pais 
Associações como a 4daddy oferecem dicas práticas e notícias com focos nos homens que já vivem a chamada “nova paternidade”. Há desde dicas sobre educação até assuntos específicos, como a demanda por colocação de trocador de fraldas em banheiros públicos masculinos. Aspectos subjetivos da paternidade participativa também começam a ganhar atenção nas universidades, conforme exemplifica o estudo: Pais que cuidam dos filhos: a vivência masculina na paternidade participativa.


Comunicação Empresarial do Serpro - 12 de agosto de 2016