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Colega do Serpro foi juiz na Rio 2016
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Disco inteiro e lasca de um dos discos lançados na prova de tiro ao prato
As férias recém-terminadas de Luiz Henrique Frazão envolveram um trabalho de honra: ser árbitro de provas de tiro realizadas nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Atuando na área de relacionamento com clientes do Serpro, Luiz Henrique dedicou-se, nas horas vagas dos últimos dois anos, a consolidar sua formação como árbitro internacional de tiro ao prato. Trata-se de uma modalidade que recria, simbolicamente, alguns dos elementos principais de uma caçada.
É o próprio Luiz Henrique quem descreve como funciona a prova. Inicialmente, o atirador ou atiradora dá um grito (!). O som aciona um dispositivo que faz os pratos de argila subirem no ar, saindo de um fosso no chão, impulsionados por um dispositivo mecânico. Quando atingido, cada disco de barro solta lascas e um pó colorido para facilitar a visualização de que houve o acerto ao alvo.
Como se trata de uma prova de alto nível, os tiros de espingarda acertam um número próximo do total de todos os discos, cada qual atirado em uma direção diferente e de forma sequencial (125 para homens, 75 para mulheres).
O sentido de os discos serem jogados de maneira imprevisível remete a uma das regras do passatempo aristocrático: jamais atirar em um animal acuado. Na caçada, gritava-se ou se soltavam cachorros treinados para que a caça tivesse alguma chance de correr ou voar. Só então se podiam apertar os gatilhos.
Adepto da modalidade, o Barão de Coubertin, criador dos jogos olímpicos modernos, fez questão de que o tiro ao alvo estivesse presente no evento. Também definiu que fossem sempre do tiro as primeiras medalhas olímpicas entregues aos participantes. Por isso, até hoje, as provas dessa modalidade são as primeiras a serem concluídas na competição.
Nada de baladas
"Foi uma experiência inesquecível estar ali, dá um prazer zelar pela justiça. E você vê contrastes fantásticos. Há tanto um sheikh de Dubai quanto um esportista que viaja a custa de recursos próprios, com grande esforço para participar"
Mas e o nosso colega serpriano, como chegou à prática desse esporte? Luiz Henrique conta que resolveu praticar tiro pensando no aumento de concentração e no controle emocional que o esporte ajuda a conquistar.
Morador de Brasília, associou-se às entidades esportivas assim que começou a praticar. Há cerca de dois anos, foi procurado pelo Comitê Brasileiro da modalidade com um convite: receber treinamento intensivo para a qualificação de árbitro internacional, em troca da participação nos Jogos Olímpicos. Aceitou, de pronto, e não se arrependeu.
"Foi uma experiência inesquecível estar ali, dá um prazer zelar pela justiça. E você vê contrastes fantásticos. Há tanto um sheikh de Dubai, que carrega uma bandeira que é literalmente sua, quanto um esportista de uma nação bem menos favorecida, que viaja a custa de recursos próprios, com grande esforço para participar. Foi muito bacana ter oportunidade de conviver com delegações e árbitros de todas as partes do mundo", declara Luiz Henrique.
As confraternizações calorosas, porém, não podiam envolver baladas que varassem a noite. “Afinal, no dia seguinte eu precisava sempre estar com meus sentidos aguçados”, explica o colega.
A arbitragem de cada prova de tiro é exercida aos trios. É preciso observar, por exemplo, se cada disco de argila foi lançado intacto e se foi impactado pelo tiro de forma correta. As provas são realizadas uma em seguida da outra e exigem, além de acuidade visual e conhecimento técnico, uma boa forma física para que sejam bem arbitradas.
Luiz Henrique só largou de mão da busca de imparcialidade no dia das provas de tiro na modalidade “ar 10 metros”. Comprou ingresso e vestiu a camisa de torcedor, acompanhando nas arquibancadas o desempenho de Felipe Wu. O brasileiro, um dos favoritos, trouxe a primeira medalha para o país, de prata. “O ouro ficou para o vietnamita (Xuan Vinh Hoang) por muito pouco”, relembra Luiz Henrique.
Primeiro ouro brasileiro e outras curiosidades
Veio do tiro a primeira medalha de ouro que o Brasil conquistou em uma Olimpíada, em 1920, na Bélgica. Ainda em 1920, um teste de persistência: com medo de perder a prova, a equipe brasileira de tiro tomou carona em um vagão de trem sem cobertura para chegar ao local das provas. Enfrentou uma parte do percurso sob chuva - mas deu tempo de sobra para chegar e ainda ganhar.
Dizem que o campeonato nacional de tiro realizado na China é mais concorrido que as olimpíadas. O país tem a maior base de praticantes de tiro olímpico do mundo.
Cada atirador tem sua forma única de gritar para acionar o mecanismo que atira os pratos de argila. A maioria faz algo como "Ahhhh". Mas na última olimpíada, um competidor ousou uma sonoridade diferente "Powmmm". "Ganhou" disparado, pelo menos no quesito estilo.
Para ter noção mais próxima do esporte pode-se optar por alternativa lúdica: há pelo menos dois aplicativos gratuitos de tiro ao prato disponíveis para celulares nas lojas de apps.
Comunicação Empresarial do Serpro - 23 de agosto de 2016